Um valioso resumo sobre a amamentação!
Gosto sempre de repetir meu mantra da amamentação:
NÃO EXISTE LEITE FRACO!
Muitas vezes eu escuto:
“mas a minha mãe não teve leite, ou minha prima tinha leite ralo que não sustentava o bebê...”
Eu sinto muito dizer que provavelmente elas foram vítimas de uma cultura de desinformação e propagação de desmame precoce.
Acredite na potência do seu corpo e na natureza!
Existe sim, problemas na produção de leite, mas o leite produzido, mesmo que seja mínimo, nunca deverá ser desperdiçado. Ele é o melhor alimento, feito sob medida para seu bebê.
O bebê, desde a barriga, tem uma comunicação química com o corpo da mãe, e assim o corpo da mãe vai entendendo quais os nutrientes que aquele bebê mais precisa.
É um alimento dinâmico que está sempre mudando sua composição de acordo com a fase que o bebê se encontra, não só na parte de crescimento, mas também em relação à saúde.
Sabendo que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, como funciona no nosso corpo a preparação para este momento?
A natureza já se encarrega de preparar as mamas durante a gestação.
Grande parte das gestantes sentem essa mudança, mamas começam a ficar maiores, área dos mamilos e aréola podem escurecer e surgem as Glândulas Montgomery, aquelas bolinhas que parecem espinhas (não pode espremer!), são encarregadas de lubrificar a área do mamilo e proteger contra infecções.
Portanto, não é necessário passar pomada, creme, muito menos bucha, nem tomar sol na região. Seu corpo já se encarrega de tudo isso.
Se fizer uso de muita pomada para lubrificar ou hidratar, o corpo pode entender que não precisa mais lubrificar por você, e aí sim quando não tiver a pomada, a área pode ficar com ressecamento ainda maior.
E o leite?
Nem toda mulher vai ter colostro aparente durante a gestação.
Após o parto, com a saída da placenta, os níveis de hormônios, principalmente a progesterona (que inibe a prolactina), caem e nossa hipófise recebe mensagem para aumentar a produção de prolactina que é responsável pela produção de leite.
O corpo precisa continuar recebendo estímulos para entender que a produção não pode parar.
Qual o estímulo então? A sucção do bebê. Não precisa de canjica e nem de 4L de água por dia.
Quando o bebê suga, estimula o desenvolvimento de mais receptores de prolactina na glândula mamária. Então quanto mais receptores de prolactina, maior vai ser o estímulo de produção de leite devido ao número de receptores na glândula mamária.
A importância de manter a livre demanda: quanto mais o bebê for ao seio, maior será a produção. Lembrando que o uso de bicos artificiais descaracterizam a livre demanda.
Apenas o colostro é produzido até o terceiro dia de vida do bebê (pode variar até 5 dias).
O estômago do bebê é bem pequeno, cabem torno de 8mL no primeiro dia de vida, aquelas gotinhas de colostro são mais que suficientes, observando estado de hidratação, ganho de peso em paralelo.
É normal o bebê querer mamar toda hora, não cabe muito de uma vez no estômago dele, o esvaziamento gástrico é rápido e por isso que o colostro é mais que suficiente, a mãe não precisa jorrar leite nos primeiros dias.
Logo, se o bebê estiver saudável, sem hipoglicemia e sinais de desidratação, não há necessidade de fazer uso de complementação nesses primeiros momentos.
Depois do colostro, o líquido começa a ficar mais amarelado que é o leite de transição e logo em seguida vem a apojadura, conhecida como a “descida do leite”, que é o leite maduro que vai perdurar pelo resto do aleitamento. Pode vir em grandes quantidades nas primeiras 6 semanas, até o corpo se ajustar à demanda do bebê.
Quando o bebê nasce, se ele ficar pele a pele com a mãe (pele a pele mesmo, não bochecha com bochecha), facilita esse reflexo de sucção e de busca pelo seio da mãe por parte do bebê.
A primeira hora de vida do bebê, que ocorre este pele a pele com a mãe, é chamada Golden HOUR (hora dourada), porque precisa mesmo de pelo menos uma hora para o bebe ficar ali juntinho se adaptando ao mundo externo, perto do porto seguro dele, que são os batimentos cardíacos da mãe, a voz da mãe...
Se você tiver uma cesariana, ou o bebê precisar de UTI, não se desespere!
O contato pele a pele sempre será uma ferramenta importante para estabelecimento do aleitamento pelos menos nos primeiros meses de vida dele.
Mesmo horas após o nascimento.
Assim que possível peça a equipe que permitam o pele a pele. Não pense que o aleitamento estará perdido.
O alojamento conjunto é também de extrema importância, porque a mãe vai sentindo o bebê e a necessidade de mamada dele desde o começo.
Se você amamentar de 3-3h por exemplo, o corpo está entendendo uma situação que não é a realidade de demanda dele.
Até o bebê ir à primeira consulta com o pediatra para verificar o ganho de peso pós saída da maternidade, é importante que ele não fique mais de 3h sem amamentar (inclusive de madrugada). Mas se ele quiser antes de 3h é porque ele precisa, e não só pode como deve ofertar a mama.
Importante SEMPRE consultar um pediatra até o quinto dia de vida do bebê (pediatra além do plantão da maternidade).
Necessidade de complementação não é uma sentença, ela pode ser trabalhada, ou a família seguir com aleitamento misto, afinal cada gota conta.
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NÃO EXISTE LEITE FRACO!
Muitas vezes eu escuto:
“mas a minha mãe não teve leite, ou minha prima tinha leite ralo que não sustentava o bebê...”
Eu sinto muito dizer que provavelmente elas foram vítimas de uma cultura de desinformação e propagação de desmame precoce.
Acredite na potência do seu corpo e na natureza!
Existe sim, problemas na produção de leite, mas o leite produzido, mesmo que seja mínimo, nunca deverá ser desperdiçado. Ele é o melhor alimento, feito sob medida para seu bebê.
O bebê, desde a barriga, tem uma comunicação química com o corpo da mãe, e assim o corpo da mãe vai entendendo quais os nutrientes que aquele bebê mais precisa.
É um alimento dinâmico que está sempre mudando sua composição de acordo com a fase que o bebê se encontra, não só na parte de crescimento, mas também em relação à saúde.
Sabendo que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, como funciona no nosso corpo a preparação para este momento?
A natureza já se encarrega de preparar as mamas durante a gestação.
Grande parte das gestantes sentem essa mudança, mamas começam a ficar maiores, área dos mamilos e aréola podem escurecer e surgem as Glândulas Montgomery, aquelas bolinhas que parecem espinhas (não pode espremer!), são encarregadas de lubrificar a área do mamilo e proteger contra infecções.
Portanto, não é necessário passar pomada, creme, muito menos bucha, nem tomar sol na região. Seu corpo já se encarrega de tudo isso.
Se fizer uso de muita pomada para lubrificar ou hidratar, o corpo pode entender que não precisa mais lubrificar por você, e aí sim quando não tiver a pomada, a área pode ficar com ressecamento ainda maior.
E o leite?
Nem toda mulher vai ter colostro aparente durante a gestação.
Após o parto, com a saída da placenta, os níveis de hormônios, principalmente a progesterona (que inibe a prolactina), caem e nossa hipófise recebe mensagem para aumentar a produção de prolactina que é responsável pela produção de leite.
O corpo precisa continuar recebendo estímulos para entender que a produção não pode parar.
Qual o estímulo então? A sucção do bebê. Não precisa de canjica e nem de 4L de água por dia.
Quando o bebê suga, estimula o desenvolvimento de mais receptores de prolactina na glândula mamária. Então quanto mais receptores de prolactina, maior vai ser o estímulo de produção de leite devido ao número de receptores na glândula mamária.
A importância de manter a livre demanda: quanto mais o bebê for ao seio, maior será a produção. Lembrando que o uso de bicos artificiais descaracterizam a livre demanda.
Apenas o colostro é produzido até o terceiro dia de vida do bebê (pode variar até 5 dias).
O estômago do bebê é bem pequeno, cabem torno de 8mL no primeiro dia de vida, aquelas gotinhas de colostro são mais que suficientes, observando estado de hidratação, ganho de peso em paralelo.
É normal o bebê querer mamar toda hora, não cabe muito de uma vez no estômago dele, o esvaziamento gástrico é rápido e por isso que o colostro é mais que suficiente, a mãe não precisa jorrar leite nos primeiros dias.
Logo, se o bebê estiver saudável, sem hipoglicemia e sinais de desidratação, não há necessidade de fazer uso de complementação nesses primeiros momentos.
Depois do colostro, o líquido começa a ficar mais amarelado que é o leite de transição e logo em seguida vem a apojadura, conhecida como a “descida do leite”, que é o leite maduro que vai perdurar pelo resto do aleitamento. Pode vir em grandes quantidades nas primeiras 6 semanas, até o corpo se ajustar à demanda do bebê.
Quando o bebê nasce, se ele ficar pele a pele com a mãe (pele a pele mesmo, não bochecha com bochecha), facilita esse reflexo de sucção e de busca pelo seio da mãe por parte do bebê.
A primeira hora de vida do bebê, que ocorre este pele a pele com a mãe, é chamada Golden HOUR (hora dourada), porque precisa mesmo de pelo menos uma hora para o bebe ficar ali juntinho se adaptando ao mundo externo, perto do porto seguro dele, que são os batimentos cardíacos da mãe, a voz da mãe...
Se você tiver uma cesariana, ou o bebê precisar de UTI, não se desespere!
O contato pele a pele sempre será uma ferramenta importante para estabelecimento do aleitamento pelos menos nos primeiros meses de vida dele.
Mesmo horas após o nascimento.
Assim que possível peça a equipe que permitam o pele a pele. Não pense que o aleitamento estará perdido.
O alojamento conjunto é também de extrema importância, porque a mãe vai sentindo o bebê e a necessidade de mamada dele desde o começo.
Se você amamentar de 3-3h por exemplo, o corpo está entendendo uma situação que não é a realidade de demanda dele.
Até o bebê ir à primeira consulta com o pediatra para verificar o ganho de peso pós saída da maternidade, é importante que ele não fique mais de 3h sem amamentar (inclusive de madrugada). Mas se ele quiser antes de 3h é porque ele precisa, e não só pode como deve ofertar a mama.
Importante SEMPRE consultar um pediatra até o quinto dia de vida do bebê (pediatra além do plantão da maternidade).
Necessidade de complementação não é uma sentença, ela pode ser trabalhada, ou a família seguir com aleitamento misto, afinal cada gota conta.
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