Sobre amamentar... a minha experiência!
Eu realmente me preparei para amamentar o Luca, sonhei com este momento, li muito sobre a pega ideal, sobre como tratar fissuras, como posicionar o bebê, etc. Me sentia totalmente pronta e acreditava que seria algo natural e instintivo e que o Luca mamaria ainda na sala de parto... pois quem me acompanha já sabe que não foi assim que aconteceu, sofri demais e quero relatar minha experiência pois percebi que expondo os meus sentimentos e dificuldades eu posso ajudar e encorajar outras mamães a passarem por esta ou qualquer outra dificuldade de forma mais leve.
Na maternidade o Luca não mamou praticamente nada, ele tinha muita dificuldade na pega e além disso, como estava com icterícia ficava muito sonolento e acabava dormindo no meio desta luta com o peito. Nos primeiros dias não deixei darem complemento, sabia que poderia dificultar a amamentação e não queria colocar nada em risco. No terceiro dia a pediatra me disse que ele havia perdido muito peso e estava com a glicemia baixa, que ou eu deixava dar o complemento ou ela iria interna-lo... na mesma hora mandei darem o complemento, mas que fosse no copinho, para não haver a tal confusão de bicos! Assim foi feito, então o Luca veio para casa mamando no copinho... Eu passei a tirar o meu leite na bombinha para dar para ele e chamei a consultora de amamentação para me ajudar a fazer a relactação, ela me ensinou uma técnica em que se coloca um recipiente entre os seios e uma sondinha que se introduz na boquinha do bebê junto com o bico do seio. Nossa como foi difícil colocar a técnica em prática... ele ficava irritado, eu ficava frustrada, mas insisti e fomos conseguindo, aos poucos ele começou a pegar o seio e fomos tirando a sonda, nossa como eu estava feliz, Luca estava mamando no peito. Porém em alguns dias comecei a sentir fortes dores nos seios quando ele começava a mamar, eram como ferroadas que vinham lá de dentro do peito, eu achava que era a adaptação e que iria melhorar. Conforme os dias foram passando a dor foi aumentando, ia chegando a hora de mamar e eu já ficava tensa, quando ele pegava o peito eu chorava muito, aguentei por alguns dias mas resolvi buscar ajuda. Chamei a Fran, minha consultora de aleitamento, que além de constatar que eu não tinha ferida nenhuma, verificou que a pega dele estava super correta, ela então desconfiou de candidíase mamária, confesso que nunca tinha ouvido falar sobre isso. Era um final de semana e portanto eu não conseguiria passar em consulta com meu GO, mas como meu desespero era grande pedi ajuda para a pediatra que me recebeu no hospital para poder dar o diagnóstico definitivo, olhando a boquinha do bebê ela conseguiria saber se realmente estavamos com a Candidíase, e foi isso que aconteceu. Ela nos medicou com uma pomadinha para passar na boca dele e com antifúngico para eu tomar. Falei novamente com as consultoras e no mesmo dia começamos a laserterapia. Elas me acalmaram e me disseram que com umas duas sessões mais os remédios eu deveria estar melhor em alguns dias. Logo depois da sessão do laser eu realmente melhorava, conseguia amamentar um pouco mais tranquila, mas passando apenas um dia as dores voltavam com tudo... as duas consultoras que me atenderam fizeram até um grupo nosso no WhatsApp “Mamar do Luca” para me auxiliarem, elas estavam estranhando muito que a dor permanecia com tanta intensidade. Eu estava no meu limite físico e emocional, me peguei dando de mamar enfiando os dedos com força na barriguinha do Luca, e neste momento eu percebi que não daria para continuar desta forma. Porém não queria desistir, passei uns três dias chorando e me culpando. Ainda bem que contei com o apoio total do meu marido e da minha mãe. Neste momento a dor não era mais somente na hora da mamada, ela ia a vinha várias vezes durante o dia, como um espasmo. Percebi que no momento do pico da dor o bico do seio ficava totalmente branco, inclusive tirei algumas fotos para mostrar para elas. Nesta fase eu também já tinha uma fissura. Quando falei sobre isso a Mari veio até aqui na mesma hora fazer a terceira sessão de laser e detectou que além da Candidíase e da fissura eu sofria do Fenômeno de Raynaud, ela disse que nunca atendeu ninguém com as três coisas ao mesmo tempo e que agora entendia o nível das dores que eu estava sentindo ela não me desencorajou, mas eu realmente desisti, era demais para mim... A dor física foi tão grande quando a dor emocional, eu realmente queria amamentar, eu realmente me preparei para isso e nunca imaginei que não conseguiria. Tomar a decisão de dar a mamadeira é muito, mas muito difícil, mas cheguei a conclusão que esta era a única forma de retomar a paz aqui em casa, eu realmente acredito que o stress que eu estava passando secaria meu leite e eu perderia a opção de dar o meu leite na mamadeira! Assim eu passei a fazer, confesso que primeira mamadeira eu dei chorando muito, a sensação era de fracasso, mas logo eu me conformei com a situação e hoje me sinto muito orgulhosa do trabalho que estou fazendo! Não é fácil, passo o dia todo ordenhando, lavando e esterilizando as mamadeiras, mas a recompensa é ver que meu pequeno está acima da curva de crescimento, super saudável e feliz.
A conclusão que eu chego é que amamentar é sim um ato de amor, mas este amor pode estar no peito ou na mamadeira, pode ser recheado com leite materno ou em alguns casos com o leite da lata, cada mãe tem a sua história que deve ser respeitada... E aqui na minha história o lado positivo é que o papai e a vovó também amamentam com leite materno, não é maravilhoso?
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